Talvez pela sorte do destino deparei há pouco tempo com uma palavra que ressoou forte na minha cabeça: acabativa. Para um profissional da administração ou economia pode até ser uma palavra ou tema bem trivial, mas não para alguém com formação acadêmica jurídica, não.
Somos inseridos no mercado de trabalho com a condição impositiva taxativa de que temos que ter, além de outras qualidades, iniciativas, mas nunca me disseram nada sobre acabar com o que você começou com o neologismo “acabativa”.
Aquele projeto que agarrou em todos os cantos, que passei dias e noites sobre ele me privando das mais comezinhas situações como pular na piscina com meu filho, passear, jogar, treinar, correr, pedalar e tantas coisas mais.
Desolado numa madrugada quente de verão pensando como dar continuidade e terminar aquele monstro de sete cabeças que eu mesmo havia criado, veio à mente um ditado chinês que diz: “Quem sabe e não faz, no fundo não sabe”.
Como não sei? discuti e briguei com meu ego e com aquela voz que vive em meu interior. Engoli seco questionando se realmente sabia o que estava fazendo naquele momento do jogo e comecei a juntar todo o material que havia construído e constituído até então durante um ano.
Durante o projeto, mil ideias povoaram minha mente, escrevi algumas delas no papel e as outras simplesmente se foram, que de importância nenhuma não me lembro mais. Junto com a iniciativa as ideias aparecem, o que favorece a criatividade. Esta em excesso acaba se transformando num macaco saltador que tira seu foco, embaça sua visão e te faz engavetar seus planos. Desperdício de tempo.
Se de um lado, a iniciativa é sinônimo de criação, ideias, debates, filosofia, intelecto; a acabativa tem a ver com testes, detalhes, comprometimento, responsabilidade, persistência e ação até o fim (resultado). Elas coexistem e se completam. Quando a primeira encontra com a segunda temos o sonho realizado.
O mais interessante de tudo é que ideias todo mundo tem, mas implementá-las, só alguns poucos. Constantemente empresas dão prêmios pelas ideias dos funcionários. É impossível o empresário ou o presidente de grandes empresas pensar em tudo, ainda mais em linha de produção. Quem está ali do lado pode dar a ideia e esta ser implementada com lucros absurdos.
Achar o equilíbrio do pensamento com a ação, liderar, capacitar, dar oportunidade ao oposto e compreender que são dois lados de uma mesma moeda de ouro capaz de mudança e implantação do projeto que pretende empreender.
Osho dizia: "torna-te um imperador que o império aparece". Só se torna algo através do movimento, da ação, de constantes testes do melhor caminho, da postura, pela busca incessante do resultado e parafraseando Stephen Kanitz, o criador do neologismo: "Devemos fazer alguma coisa em relação a aquilo que nós já sabemos, em relação a aquilo que é absolutamente claro, nós precisamos agir com base naquilo que está absolutamente certo".
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